segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A comunidade escolar exige: #RecuaBeto


Educadores dizem que gestores estão destruindo a educação no estado. Na foto, o secretário Flávio Arns, a superintendente Meroujy Cavel e o governador Richa.
O governo de Beto Richa (PSDB) conseguiu unir todas as correntes que militam na defesa da escola pública do Paraná contra a mudança na matriz curricular anunciada pela Secretaria de Estado da Educação (SEED). Tal consenso é raro na história. Somente em momentos de caos absoluto é que matizes ideológicos se suavizam para lutar em torno de bandeira comum. É preciso ser “muito bom” para reunir todos os adversários contra. Ponto para o governo tucano. No início desta semana, chegará às mãos do vice-governador e secretário da Educação, Flávio Arns (PSDB), e de sua superintendente, Meroujy Cavet, uma emblemática carta aprovada pela unanimidade dos professores do Colégio Estadual do Paraná, o maior do estado, manifestando “profunda preocupação e indignação” com a pretendida alteração na matriz curricular e a consequente redução de aulas de várias disciplinas do ensino médio e fundamental.
“Somos contrários às visões tecnicistas de educação que se pautam em instrumentos de avaliação educacionais (como o IDEB e o SAEP) que se tornam o fim e não o meio, um fim, aliás, punitivo contra os professore(a)s. Pressões por notas caem nas costas dos professore(a)s e nada é feito para se mudar as condições de trabalho como o não cumprimento dos 33% de Hora-Atividade, a não redução de alunos por turma e o baixo investimento e incentivo na qualificação do professor(a)”, diz um trecho da missiva.
Não são apenas os mestres do Colégio Estadual do Paraná que lançaram manifesto contra as políticas educacionais da SEED, abraçadas por Richa. Professores, departamentos e alunos da UNICENTRO, de Guarapuava, destacam o caráter autoritário da mudança na matriz curricular. “Os gestores da Secretaria da Educação do Paraná ao não permitirem um debate maior acerca desta proposição e ao desconsiderarem uma discussão maior que envolva toda a comunidade escolar e até mesmo uma Conferência Estadual, estão colocando-se na contramão das diretrizes nacionais da educação brasileira”, afirma o documento, observando ainda que a redução das disciplinas das ciências humanas torna a política educacional mais técnica e regride a competência democrática das escolas.
Antes também haviam se manifestado contra a proposta de Arns e Meroujy os seguintes órgãos e entidades: Coletivo Pró-Arte Paraná; APP-Sindicato; professores do Setor de Educação da UFPR, da UNICENTRO- Guarapuava; da UEL; do PIBID de União da Vitória; da UNIOESTE; da UTFPR – Licenciaturas e até da PUCPR; NESEF; CREFI, Conselho Regional de Educação Física; acadêmicos de filosofia e sociologia; dentre outros da sociedade civil.
O papa também deverá se manifestar nos próximos dias contra a mudança da matriz curricular das escolas do Paraná. Ou seja, até Deus está a favor da manutenção das disciplinas que ajudam a garotada pensar no ambiente escolar.
Enfim, a comunidade escolar exige: #RecuaBeto.


Fonte: Blog do Esmael


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