da Rede Brasil Atual
Bastou
o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto, ter requerimento aprovado para
convidar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a explicar no
Congresso Nacional a chamada “Lista de Furnas” – um esquema clandestino
de caixa de campanha que funcionou na empresa estatal durante o governo
de FHC – para que jornais da velha mídia, ao noticiar o fato, colocassem
entre parênteses que a lista seria “comprovadamente falsa”. Não é o que
diz o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro.
De acordo o jornalista Amaury Ribeiro Jr., autor do livro reportagem
“A Privataria Tucana”, a procuradora da República Andrea Bayão Ferreira
denunciou o ex-diretor de Planejamento de Furnas Dimas Toledo e um grupo
de empresários e políticos acusados de participar da tal lista. A
denúncia reúne um arsenal de documentos da Polícia Federal e da Receita
Federal que comprova a existência do esquema, aliás, muito semelhante ao
recente escândalo das propinas da Alstom para tucanos paulista.
Segundo a denúncia, o dinheiro desviado pelo esquema vinha de
contratos superfaturados da estatal com duas empresas: a Toshiba do
Brasil e a JP Engenharia Ltda. As duas foram contratadas sem licitação
para obras.
Os próprios executivos da Toshiba do Brasil confirmaram a existência
do caixa 2 que pagava servidores e políticos. O superintendente
Administrativo da empresa afirmou que pagamentos eram feitos através de
contratos de consultoria fictícios de empresas de fachada, esquentados
por “notas frias”.
As escutas da Polícia Federal desmentem que Nilton Monteiro teria
tentando falsificar a lista. Pelo contrário. “Durante a intercepção das
linhas telefônicas usadas por Nilton Monteiro, nada foi captado que
indicasse a falsidade da lista, ao revés, em suas conversa telefônicas,
inclusive com sua esposa, sustenta que a lista é autêntica”, diz a
procuradora.
A denúncia do MP inclui também depoimento do ex-deputado Roberto
Jefferson (PTB) confirmando ter recebido R$ 75 mil da estatal (que
consta na lista de Furnas), na campanha para deputado federal em 2002. O
dinheiro foi entregue pelo próprio Dimas Toledo num escritório no
centro do Rio, segundo Jefferson.
Peritos da Polícia Federal confirmaram a autenticidade da assinatura
de Dimas Toledo na “Lista de Furnas”, e não encontraram indícios de
montagem. Antes dos jornalões saírem repetindo por aí apenas palavras de
políticos tucanos que desqualificam a lista por motivos óbvios,
deveriam fazer o dever de casa e tomar conhecimento da denúncia da
procuradora Andrea Bayão.
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