Ivan Santos
Verri: “Isso (as pesquisas) pode ser um motivo de provocação” (foto: Arquivo JE) O bom desempenho da senadora Gleisi Hoffmann nas pesquisas de intenção de voto para a prefeitura de Curitiba divulgadas no início da semana levaram o presidente estadual do PT, deputado Ênio Verri, admitir ontem pela primeira vez a possibilidade de rever a estratégia de preservá-la para a disputa pelo governo do Estado em 2014. Mesmo reafirmando a posição original de que Gleisi não é candidata à sucessão municipal e que o partido tem outros nomes para o confronto, Verri reconheceu que os petistas podem mudar seus planos caso percebam lá na frente que a senadora mantém reais chances de vitória na eleição da Capital.
A princípio, tanto a própria Gleisi quanto o comando petista paranaense tem descartado sua candidatura à prefeitura de Curitiba, com o argumento de que ela está apenas no início de um mandato de oito anos no Senado. E também com a perspectiva de lançá-la na eleição para o governo em 2014. Os números do Ibope e da Paraná Pesquisas revelados esta semana, porém, mexeram com a cabeça da cúpula do partido, que começa a enxergar uma possibilidade concreta de pela primeira vez desde a eleição de 2000, disputar a prefeitura da Capital em condições de relativa igualdade com o grupo que comanda a cidade há mais de 30 anos.
No levantamento da Paraná Pesquisas, em especial, Gleisi aparece tecnicamente empatada com o favorito para a prefeitura, o ex-deputado federal Gustavo Fruet (PSDB), e bem à frente do atual prefeito, Luciano Ducci (PSB). Segundo o instituto, Fruet teria hoje 24,6% das intenções de voto, contra 21,7% da petista; 15,7% do deputado federal Ratinho Júnior (PSC), e apenas 12,4% de Ducci. No caso do Ibope, a senadora só não aparece com boa pontuação porque não foi incluída na consulta estimulada. Mesmo assim, na consulta espontânea, surge com 2% da preferência, mesmo percentual do governador Beto Richa (PSDB).
O cenário se torna ainda mais atraente para Gleisi quando se considera que ela teria grandes chances de atrair o apoio de Ratinho Júnior, que integra a base do governo Dilma Rousseff (PT), somando assim o potencial de votos dos dois. Além disso Fruet, apesar de favorito, sofre resistência dentro do PSDB, que ameaça deixá-lo sem legenda para apoiar a reeleição de Ducci.
Fato novo — A divisão do grupo governista, aliás, é outro atrativo para os petistas pensarem em rever seus planos e terem a senadora como candidata já no ano que vem. Até porque os outros dois pré-candidatos do partido, o deputado federal Dr Rosinha e o deputado estadual Tadeu Veneri, ostentam índices de intenção de voto bem inferiores ao dela: 5,8% e 1,7% respectivamente. “Todo político fala que dessa vez não, mas vai chegando a eleição vai dando uma coceira”, brincou Verri. “Isso pode ser um motivo de provocação”, reconhece o presidente do PT paranaense, questionado sobre uma eventual mudança de planos caso Gleisi mantenha esse desempenho nas pesquisas ou até o amplie, no ano que vem, quando a eleição estiver mais próxima.
“Hoje a Gleisi é um nome bem lembrado, mas não é a nossa candidata. O quer não quer dizer que não podemos discutir isso no caminho. Estamos caminhando por uma direção, não quer dizer que é uma reta”, avaliou.
Para o deputado, o “fator Gleisi” poderia inclusive, mudar completamente o cenário que vinha se desenhando até aqui, de uma polarização entre dois nomes do mesmo grupo político ligados à situação tanto na prefeitura quanto no governo do Estado. “Isso mexeria com todo o quadro local. Poderia até afetar as divergências com os dois candidatos do governo local, e forçar a união dos dois”, prevê.
Fonte: http://www.bemparana.com.br/
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