sexta-feira, 27 de maio de 2011

Com PT, Brasil avança e até Obama reconhece influência do País


Liderança do PT na Câmara
 
Com o governo Lula, a partir de 2003, e agora com Dilma Rousseff, que dá continuidade a um projeto de desenvolvimento econômico com inclusão social, o Brasil ocupa de forma crescente mais espaço no cenário internacional.
 
O desafio é continuar esse projeto, em defesa dos interesses nacionais e em combinação com a agenda dos países em desenvolvimento, num processo que enfrente a hegemonia da potências tradicionais.
 
Essa é a avaliação de parlamentares do PT ao discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que nesta semana abordou o peso crescente das nações emergentes, entre elas o Brasil. Obama afirmou que países como China, Índia e Brasil estão "crescendo aos saltos", mas reafirmou que os Estados Unidos e seus aliados ocidentais continuam sendo "a liderança" mundial.
 
Para o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), a concertação entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, nos últimos anos, alavancou não só a economia mundial como também deu um novo papel aos países em desenvolvimento, num cenário marcado pelo domínio de EUA e Europa. "Esses países querem manter sua hegemonia, mas têm de admitir, agora, a inclusão de novos times na primeira divisão. Temos muitos desafios pela frente, mas já demos passos enormes", disse.
 
Berzoini lembrou que o projeto do Partido dos Trabalhadores , de crescimento econômico e combate à miséria, deu ao Brasil um novo destaque. "Temos potencial de negócios, o que atrai investidores, mas a superação da desigualdade é também um forte atrativo". Ele lembrou que esse modelo é o oposto dos neoliberais e do projeto que foi implementado pelos tucanos e demos entre 1995 e 2002, com FHC. "A oposição de hoje nunca acreditou e continua não acreditando em nosso potencial como nação. FHC chegou a usar o termo de cidadãos inempregáveis, mas nós provamos o contrário, com geração recorde de empregos,", afirmou Berzoini.
 
Novos polos
O discurso de Obama, na avaliação do deputado André Vargas (PT-PR), é na verdade uma tentativa do mandatário norte-americano reafirmar posição. No entanto, ressaltou o petista, o cenário global mudou muito nos últimos, independente do reconhecimento dos EUA. "O que os Estados Unidos relutam em admitir é que existem outros polos de influência global, como os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Neste novo cenário, o Brasil não pode apenas se subordinar aos interesses dos EUA e da Europa", defendeu.
 
A tendencia, defendeu Vargas, é de que os Brics ampliem sua participação nos organismos internacionais como no Conselho Internacional da Organização das Nações Unidas e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
 
O chanceler Antonio Patriota disse, na quinta-feira (26), que a fala de Obama é um reconhecimento, ainda que indireto, da importância dos emergentes. "Não deixa de ser interessante que o presidente Obama e o primeiro-ministro (britânico) David Cameron se sintam na obrigação de explicar que existem outros atores no cenário internacional, que desempenham um papel importante na busca de soluções para os desafios globais", declarou.
 
A fala de Obama, comentada por Patriota, coincide com um cabo de guerra entre os países ricos e os emergentes em torno de questões da governança global. A rivalidade ganha corpo no âmbito das discussões sobre a escolha do próximo diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI). O cargo está vago desde o último dia 19, quando o francês Dominique Strauss-Khan renunciou para se dedicar à defesa no processo em que é acusado de tentar estuprar uma camareira em um hotel de luxo em Nova York. Os emergentes pedem maior representatividade no organismo, devido ao aumento de sua participação na economia mundial. Mas os países ricos, que dominam o Fundo desde a sua criação, 1945, não abrem mão de manter o comando com um europeu.

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